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domingo, 8 de abril de 2012

Eu venho de uma história que não se conta mais


E tateando eu tento encontrar o que deixa minha alma tão inquieta...

Eu não sei se você sabe como é, a vida toda, ter o seu destino tão certo mas ao mesmo tempo sentir o pavor de imaginá-lo se aproximar... E, de repente, ver tudo o que pensava ser tão certo e seguro se desfazer diante dos seus olhos e você não saber de mais nada. E até descobrir que talvez você nunca tivesse de fato tido ideia de coisa alguma. Foi um choque muito grande para mim, há pouco mais de um ano, e em alguns momentos eu achei que não ia suportar. Num instante você ali, tanto sustentando o seu "personagem", no outro você se olha no espelho e pergunta para a imagem refletida: "Quem é você? Para onde vai? De onde você veio? Onde está a sua vida?" Desejar que um tufão revertesse tudo para que se pudesse ter tido outras escolhas e outras portas para entrar... 
Eu nunca fui muito boa de tatear as coisas, sempre fugindo de enxergar que tateava com o coração, sentindo vergonha da boba estrutura que me dava avaliação da vida. Protegendo a proteção sob-humanamente. E agora, mais em paz com isto, dom e não fardo pensado outrora, eu não me envergonho. Mas ainda espero o tufão que possa reverter tudo para que eu possa ser reconhecida apenas como a menina que devia ter sido a minha vida toda, na adolescência que não vi passar, na juventude que me arrastou por sobre espinhos. Porque os meus cansados ombros pedem descanso, e eu até passo as mãos pelos olhos detendo lágrimas, como criança, dedos fechados... É tão difícil encontrar uma vida simples quando já se tem seus vinte e quatro anos! Ninguém mais quer ser simples nesta faixa... Tudo é desconfiança, covardia e desafeto. Mesmo que escondido  na inibição fundida a bebida alcoólica. Tudo tem que ter um motivo oculto. E tudo o que eu não quero mais é explicação para nada. Nada!
É o meu fundo. Não existem explicações. Só uma semente pedindo por gotas de água, sem segundas intenções.
Então meus olhos se voltam à cena daquela menina com medo da escola, chorando, com medo de estar sozinha naquele lugar, e eu me pergunto por quê a vida desta menina teve de ser assim... Ela, que no caminho da escola, espalhava sementes, para ver crescer o seu jardim, e só pedia com os olhos para não ficar só!
Nada mais está definido aos olhos desta menina, mas ela está de bem com isso. É direito que precise descansar, apenas estar, sentir e viver. 
Qual é a necessidade das afirmações, de fato? Há afirmação tão absoluta que dê fórmula ao efeito de um abraço?
Há informação tão absoluta que traduza o poder de uma companhia?
- Se você pode escolher a sua vida agora, menina, escolha sete letrinhas: s i m p l e s


Eu venho de uma história que não se conta mais
Pulei da página de um livro, um capítulo simples demais
Que não tinha palavras difíceis, nem sentimentos duplos
Onde os aldeões se preocupavam com o que valia mais
...
Eu venho de um sonho em que não se faziam medidas
Todas as pessoas tinham uma flor preferida
E ofertavam frutas aos seus amigos, ao fim da tarde
Somavam harmonias em nome de pura amizade
...
Onde não haviam questionamentos difíceis, montadas planícies
Porque as pessoas não investiam seu tempo em produzir dificuldades.

Jacqueline Collodo Gomes


JAC
Um momento fantástico!
Muitos parabéns.
Beijoo do ZÉ

http://www.youtube.com/watch?v=smAk6habMag

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